O que são anticorpos monoclonais e como auxiliam no tratamento do câncer

Anticorpos Monoclonais

Uma das maneiras do nosso corpo atacar substâncias desconhecidas, que podem ser ameaçadoras, é produzindo anticorpos. Nada mais são do que proteínas específicas que ajudam o sistema imunológico a reconhecer antígenos (a substância estranha ao corpo) e destruí-los. Parece fazer sentido, então, treinar o corpo para destruir tumores e células cancerígenas, certo? Pois é isso que muitos cientistas têm pesquisado e experimentado com os anticorpos monoclonais.

Com o avanço da biotecnologia, tornou-se possível produzir anticorpos monoclonais, que são anticorpos específicos para uma única região do antígeno, chamada epítopo. Também se tornou possível criar inúmeras cópias, ou clones, de tais anticorpos.

Para o tratamento de câncer especificamente, os anticorpos monoclonais têm grande potencial e são considerados uma inovação. Isso porque, ao contrário das tradicionais quimioterapia e radioterapia, são muito mais específicos e dirigem o tratamento para as células doentes, no que vem sendo conhecido como terapia alvo.

 

Quais são as classes e como funcionam os anticorpos monoclonais no tratamento de câncer

 

Relativamente recentes, os primeiros anticorpos monoclonais aprovados para o tratamento de câncer foram rituximabe para linfoma, em 1997, trastuzumabe para câncer de mama, em 1998, gentuzumabe para leucemia mielóide aguda, em 2000, e alemtuzumabe para leucemia linfoide crônica, em 2001. Eles fazem parte de diferentes classes de anticorpos monoclonais que são utilizadas no tratamento do câncer. As principais são:

 

  • Anticorpos monoclonais recombinantes, que em geral, funcionam por si só e não requerem outra terapia ou uso de outros remédios concomitantes. Costumam ser os mais utilizados no tratamento do câncer. A maioria deles é direcionada para antígenos nas células cancerosas. Podem funcionar de formas diferentes, entre elas:
    • Bloqueando os antígenos nas células cancerosas que fazem o tumor crescer ou se espalhar. Um exemplo é a trastuzumabe, que funciona especificamente contra a proteína HER2, muito presente na superfície das células dos seios e do estômago. Quando a HER2 é ativada, as células crescem. Aí entra a trastuzumabe, que se conecta a essas proteínas e as impede de se tornarem ativas.
    • Aumentando a resposta imunológica ao atacar células do sistema imunológico que funcionam como “checkpoints”, ou seja, indicam para o corpo que algo está errado e que uma ação é necessária.
    • Aumentando a resposta imunológica contra o tumor ao “grudar” nele e agir como um marcador para o sistema imunológico do corpo destruí-lo. Um exemplo é a alemtuzumabe mencionada acima.

 

  • Anticorpos monoclonais conjugados, que atuam em conjunto com a quimioterapia ou a radioterapia. Em geral, são utilizados como “guias” para transportar estas substâncias diretamente para o tumor. Estes anticorpos monoclonais circulam pelo corpo até encontrarem e se conectarem ao antígeno alvo. Assim, liberam a substância química ou radioativa no local de ação. Isso reduz efeitos negativos nas células saudáveis e em outras partes do corpo.

 

  • Anticorpos monoclonais biespecíficos, que são feitos de partes de dois anticorpos monoclonais diferentes, o que significa que podem se conectar a dois antígenos ao mesmo tempo. Um exemplo é o blinatumomab, usado para tratar casos de leucemia linfoblástica aguda. Uma parte dele se conecta à proteína CD19, encontrada em algumas células de leucemia e linfomas; a outra se conecta à CD3, uma proteína encontrada nas células do sistema imunológico conhecidas como células T. Ao se conectar a ambas, os remédios com anticorpos monoclonais biespecíficos aproximam as células cancerosas das imunes, o que faz o sistema imunológico atacar as cancerosas.

 

Os anticorpos monoclonais são aplicados de forma intravenosa. Embora tenham menos efeitos colaterais que a quimio e a radioterapia, também podem causar efeitos indesejados, como reações alérgicas à proteína, febre, arrepios, fraqueza, dores de cabeça, náuseas, vômitos, diarreia e queda de pressão.

Ao mesmo tempo, por enquanto são recomendados somente para alguns tipos de câncer. Por isso, cada caso deve ser estudado e avaliado por um médico para a indicação do tratamento com anticorpos monoclonais.

 

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FONTE:
https://www.cancer.org/treatment/treatments-and-side-effects/treatment-types/immunotherapy/monoclonal-antibodies.html
http://about-cancer.cancerresearchuk.org/about-cancer/cancer-in-general/treatment/targeted-cancer-drugs/types/monoclonal-antibodies

 

 

 

 

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